terça-feira, 12 de janeiro de 2010

EXISTES


Existes, como posso eu amar outrém
se quem eu amo não me quer
e sem ti não quero mais ninguém.
Antes não te conhecesse,
antes não existisses sequer.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

FÁTIMA

Fome e sede
Alma de amor ausente,
Tivesse eu a coragem da palavra
Iria longe, tão longe;
Morreria... talvez hoje
Amar-te-ia, certamente

para sempre

CASTELO NAS NUVENS


Há um castelo nas nuvens
onde não mais quero morar,
tem príncipes e princesas
tem mil histórias de encantar.
Nas nuvens meladas de sonhos
onde imagino o meu castelo
ninguém trabalha sem prazer
ninguém nos ralha para obedecer.
Lá eu sou preciso, sou ouvido e até apreciado,
lá sou de todas vós fiel amante,
em vossos íntimos desejos e anseios
se entregam a mim- em sonhos - sem receios
as mulheres que um dia desejei ter
amei e não me amaram.
Lá não há dinheiro, sou rico,
sei de tudo o que preciso, posso
esquecer o que não quero:
esqueço nomes, esqueço datas
as guerras, os tratados, a matemática
o inglês e do francês toda a gramática.
Ignoro os sinais que não percebo
mudo as regras, omito a etiqueta
esqueço as horas que tardam a passar
e os resultados do futebol.
Lá não há espelhos, sou perfeito
e tudo ao meu redor se molda
à minha imagem, qual milagre.
Lá não há drogas, multidões
não há fome, não há crimes
ninguém envelhece, ninguém morre.
Lá não sinto na alma a frustração
dos sonhos desfeitos
como um livro que não escrevi
um penalty que não defendi
um filme que eu não vi
alguém que não me amou.
Lá sou quem sou
sou quanto quero, sou quanto baste
sou sonho sem corpo, sou corpo sem prazer,
imagem que não perdura
como castelo de areia ao sabor da corrente
castelo de cartas ao vento espalhado
castelo nas nuvens
onde não mais quero voltar.